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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Fotos

Aniversários, passeios, nascimentos, batizados e casamentos. Carro novo, casa em construção, saídas com família e balada com os amigos...todos adoramos tirar fotos nesses momentos. Hoje em dia praticamente todos os celulares tiram fotos e durante um simples passeio no parque, alguém que você nunca viu na vida lhe cutuca e com um sorriso na cara diz:
“Você poderia tirar uma foto pra gente?”
E quem não sente uma pontinha de alegria em colaborar com esses momentos?
Momentos felizes e marcantes...todos registrados e normalmente recheados de sorrisos.
Fotos....fotos são tão paradoxais. Tiramos fotos, geralmente para eternizar momentos de alegria. Mas ao revê-las anos depois, a alegria e a doçura daquele momento podem dar lugar a um sentimento diferente, às vezes até mais emocionante do que o momento da foto, e as lágrimas correm pelo nosso rosto de forma incontida.
É a saudade tomando o lugar da euforia do momento fotografado. Quem não se surpreende e solta um “olha, não acredito que não tinha visto essa foto!”, ou “Meu Deus, esse dia foi incrível”.
Fotos gravam momentos que não viveremos mais. Fotos guardam pessoas que não estão mais por aqui, casais que se separaram e vidas totalmente modificadas.
É interessante como um momento de tanta alegria nos toca anos depois com um sentimento diferente, vazio, um sentimento de saudade. E ás vezes você que está chorando, vira a página do álbum e se pega dando uma risada, lembrando um momento engraçado ou até mesmo de uma foto engraçada daquele dia de foto.
Emoções...fotos são momentos de emoções eternizados e que futuramente produzem emoções diferentes. Algumas a gente conhece, outras a gente ainda desconhece porque são sentimentos tão opostos que se misturam e nos colocam num contexto totalmente diferente do que estamos acostumados. Ficamos totalmente vulneráveis e o nosso estado final depois da “sessão nostalgia” é uma incógnita. É algo bem particular e que pode ser determinado pelas experiências vividas de cada um, ou da fé em cada coração, ou até mesmo pela última foto do álbum.
Encontrei numa caixa ao lado da cama do meu pai, vários álbuns de fotos. Na verdade acho que são todas as fotos que ele tem. Tem fotos desde os tempos do casamento do meu avô com minha avó até algumas mais atuais. É bacana porque pude refletir sobre a história de vida da minha família e sobre a minha curta história de vida.
Muita gente não está mais aqui e isso doeu quando encontrei fotos da Fê que nunca tinha visto. Fotos do início do nosso namoro, fotos que trouxeram uma avalanche de lembranças doces de momentos que eu nem me lembrava. Nossaaaa...é nesse momento que ocorre uma salada dos sentimentos que naturalmente gera outro sentimento que não sei o nome, mas sei que é muito forte e emocionante.
Ufa....no fim de tudo sei que o gosto que fica é bom.
Mas tem um problema em algumas fotos....tem um sentimento terrível que fica machucando e te faz refletir não só sobre a história que já passou, que está escrita e fotografada até agora. Em algumas fotos você vê um sorriso alegre, uma expressão intensa de alguém que ainda está aqui, mas que hoje não se parece nada com aquela pessoa eternizada naquela foto.
Você pensa...”o que aconteceu? Onde foi parar isso??”
Isso dói também e nos faz pensar sobre nosso futuro, sobre a história que estamos escrevendo ou ainda escreveremos e que com certeza será mostrada nas próximas fotos.
Esse sentimento deixa o gosto ruim, amargo. Deixa a certeza de que algo importantíssimo se perdeu pela caminhada da vida. Caminhada que para alguns é mais dura do que para outros. Mas quem disse que tem que ser fácil? Então levante sua bunda daí...reúna forças de onde pode tirar (no meu caso é em Deus que vou buscar..olho e oro para Cristo) e faça o que tem que ser feito.O sentimento é amargo, mas uma certeza é colocada sobre ele: a promessa de que não ficarei assim.

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